terça-feira, 4 de novembro de 2008

Aproveitando o hype das eleições

É provável que as eleições norte-americanas de 2008 tenham sido as eleições de maior transmissão de todos os tempos. Assim como é provável que as eleições tenham sido o assunto de maior destaque no ano, mais do que Olimpíadas, mais do que crise financeira. E se há um aspecto que merece um estudo de benchmark de marketing político, este é o aproveitamento de mídias alternativas.

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Este post não fará uma retrospectiva do uso revolucionário dessas mídias - até porque pretendo fazê-lo no fim da semana, caso o anunciante do ano seja eleito - mas sim destacará uma das várias ramificações exploradas de forma inteligente na disputa pela Casa Branca.

Sabe-se que essas eleições trouxeram engajamento ao público, em especial pela figura do candidato democrata Barack Obama, que em seu discurso conseguiu canalizar todo o anseio mundial por mudanças e soluções. No entanto, esse engajamento é mais forte fora dos EUA do que entre as pessoas que de fato votam. Ainda assim, algumas ações feitas para os candidatos à presidência confirmam o fenômenoque têm sido essas eleições. Agruparei em dois grupos de ações de razoável similaridade.

Primeiramente, ações que ajudam a tornam os candidatos parte da cultura pop. Ainda em julho, pouco após a definição da candidatura democrata, a editora IDW publicou as biografias dos dois candidatos em quadrinhos, sendo possível adquirí-las, entre outros acessórios, no site Presidential Comics.

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Nessa mesma linha, o site Air, Bed & Breakfast lançou edições limitadas de cereais matinais na figura dos dois candidatos: Obama O's e Cap'n McCain's. Cada cereal ainda apresentava um jingle próprio, convidando o usuário a eleger seu cereal favorito e lembrando-o de votar também no dia 4 de novembro.

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O segundo grupo de ações aproveitou o hype das eleições para realizar de certa maneira pesquisas de intenção de voto extra-oficiais. A primeira delas foi elaborada pela grande rede de lojas de conveniência 7-Eleven, que disponibilizou copos de café dos candidatos para mensurar através de suas vendas qual a intenção de voto de seus consumidores. A ação mostrou-se bastante completa, divulgando resultados em todos os estados norte-americanos nos quais a rede está presente, com grande resultado em favor de Obama. Grande, aliás, é eufemismo: a um dia das eleições, Obama ganha em todos os estados nos quais a "pesquisa" foi realizada, com exceção de dois estados, onde ocorre empate.

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A versão viral da ação, a Gum Election, une o útil ao agradável e convida os transeuntes a depositarem seus chicletes nos cartazes do candidato que mais lhes desagradam. Realizada nas cidades de Chigado e Seattle, a ação, além de indicar a preferência local, diminui o número de chicletes depositados em lugares inconvenientes.

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Em termos gerais, o post não apresenta nada de novo, muito menos mapeia uma grande variedade de ações feitas ao longo das eleições, mas apresenta como algumas marcas enxergaram oportunidades e aproveitaram novas mídias para marcarem presença no acontecimento do ano, algo ainda impensado em eleições tupiniquins.

Fontes: adivertido.com, comunicadores.info, updateordie.com

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Comida, diversão e arte

Se há um post que eu já deveria ter feito há algum tempo, é sobre a nova campanha do N95. Tanto que farei com algumas semanas de atraso, sem vergonha na cara.

Com a chegada oficial do iPhone em terra brasilis, a situação do N95, mais do que de qualquer outro celular, é bastante curiosa. O aparelho é premium, de ótimo desempenho, é um canivete suíço de gadgets e ainda custa mais barato, mas quem se importa? Só ligamos para design e status, não é mesmo?

Não sei se vc concorda, mas a Nokia não, e em criação da JWT, desenvolveu a campanha Njornadas, que busca explorar as várias funcionalidades do celular como oportunidade de comunicação. A campanha é uma evolução do que vinha sendo feito para o N95, mudando o foco da convergência de gadgets para as possibilidades que ela traz.

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A campanha traz 5 profissionais de diferentes áreas - Chris Nicklas, Simoninha, Laís Bodanzky, Fernando Meligeni e Flávia Quaresma - que se desafiam em jornadas por São Paulo, envolvendo o desafiado na realidade do desafiante. Semanalmente, uma missão nova de algum dos participantes vai ao ar, em episódios exibidos na TV e posteriormente no site da ação.



O conteúdo apresentado é de interesse do target, passa informação e diverte. O famoso branded content. E o N95 está lá, como protagonista de todos os episódios, com seu principal diferencial em evidência para o consumidor a todo instante. Excelente abordagem para posicionar o aparelho como multitask e gerar recall.

Mas a ação não pára por aí, afinal de contas toda utilização da web hoje precisa ter alguma pontinha 2.0. Na segunda fase da ação, o desafiante é o usuário, que tem até o dia 9/11 para enviar sua sugestão de jornada. Os prêmios também mantêm o pé da ação na arte e na cultura, como kits de dvds, jantar no restaurante DOM e ingressos para o show da Madonna (hype sem fim).

Em termos gerais, uma ação muito bem elaborada e coesa. Ponto para meu mini-sonho de consumo atual.

Fontes: planejamentocriativo.com e ccsp.com.br

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A dança do banner

Parte do blablabla básico sobre a internet discorre sobre como é uma mídia em franco crescimento, que permite renovação constante, o que não deixa de ser uma verdade. A Web 2.0 já é uma realidade existente que a cada momento permite novas e melhores utilizações. Porém, como parte desse processo de evolução constante da web, é preciso abrir mão de formatos antigos, obsoletos, que quase podemos chamar de tradicionais, se é que algo pode ser tradicional em um meio tão recente. Nesse cenário, os novos formatos de conteúdo que surgem sufocam cada vez mais a mais defasada das mídias online: o banner.

Não digo que um formato antigo necessariamente se torne ultapassado, mas estamos falando de um formato que pouco se reinventa, que explora poucas inovações. Vê-se hoje que sua atuação cada vez mais funciona como suporte de ações em mídias sociais, video-sharing, metaversos, ARG's, enfim, formatos em amplo destaque. E muito embora a atuação dos banners seja cada vez mais diminuta, o espaço que estes ocupam é cada vez maior, para o desagrado do usuário. Foi justamente essa a oportunidade que Doritos identificou.

Em criação da agência sueca Papercut, foi desenvolvido um conceito de aplicativo que promete mudar algumas regras no que estamos acostumados a encontrar em sites. A premissa do aplicativo é a otimização do espaço publicitário das páginas de internet. Visite rapidamente as páginas dos grandes portais, como UOL e Terra. Imagine que fosse possível ocupar todo o espaço publicitário nestes canais com informações realmente pertinentes para vc: atualizações no Orkut, notícias sobre seu time, fotos do seu papagaio. Ou seja, personalizar a internet como um todo ao gosto do usuário e dar a ele um senso de exclusividade no conteúdo que lhe é apresentado.

A explicação do aplicativo pode ser vista no vídeo abaixo, originalmente podendo ser acessada nesse site.



Se a moda pega, das duas uma: ou é feito um intensivo trabalho na melhora do conteúdo apresentado nesse formato, ou se investe ainda mais em outros formatos. Trata-se de uma discussão
especialmente relevante para os veículos. Afinal de contas, o que pode ser feito para pagar as contas sob essa hipótese? Aposentar o banner é viável?

Fonte: updateordie.com

domingo, 5 de outubro de 2008

Dexavando um conceito batido

Já ouvi dizerem que a regra para empresas nas mídias sociais é não falar que é algo, mas ser esse algo. Pessoalmente, penso que isso é uma regra universal para a comunicação, independente do meio. Não diga que é. Até porque, apenas dizer, seus concorrentes já o fazem.

Exemplifico. Não sou o maior entendedor de automóveis do Brasil, quando vc pensa em carro para fugir da cidade, qual seria esse? Impossível determinar, porque todo weekend, picape, cabine estendida e derivados são vendidos como o "carro ideal para fugir da cidade".

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Mas até para conceitos clichês como esse há solução. Enquanto as outras montadoras insistem em martelar o conceito com comerciais cada vez mais batidos, a Toyota decidiu mostrar como sua Hilux é o off-road ideal. Em parceria com o canal National Geographic, a montadora japonesa e a Dentsu Latin America criaram a série "Across The Amazon - De Leste a Oeste em 70 dias", que por sinal começa hoje.

A série - mais um ótimo exemplo de branded content - foi gravada entre os meses de maio e julho deste ano, percorrendo da costa leste à oeste do continent em duas picapes Hilux. Serão seis episódio de trinta minutos cada, às quintas-feiras, às 22h30. A ação também conta com sólida comunicação integrada: publieditoriais de junho a setembro em revistas especializadas nos temas, National Geographic e Quatro Rodas; publieditorial na Veja para o lançamento do programa; site da série, que apresentou, entre outras coisas, blog de relatos e um concurso cultural, no período das gravações.

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Agora, voltando a pensar no conceito batido: há maneira melhor de dizer algo sobre seu produto do que comprar o espaço de um programa de TV, expô-lo semanalmente em um formato que transmita conteúdo ao usuário e de quebra demonstrar esse algo ao público, sem que este nem precise sair do conforto do seu lar?

Fonte: ccsp.com.br

Pimp my caricature

Todo mundo falou, eu não deixaria passar batido. Academias são clientes propícios para se fazer algo criativo. Afinal, a enorme maioria da população não está satisfeita com sua aparência, mas fica naquele esquema "começo a me exercitar semana que vem". Ou seja, o interesse do público existe, mas a preguiça reina. É preciso pegá-lo na vibe certa, brother no momento certo e lembrá-lo desse interesse.

Com esse pensamento, a World Class lançou sua nova academia em Estocolmo de maneira bastante criativa. Vc já parou pra pensar em se ver em uma versão melhorada? Pois em uma ação de guerrilha, a World Class encontrou uma alternativa prática, divertida e principalmente barata para isso: caricaturas.

Sim, caricaturas são divertidas, atraem pessoas - afinal, vc sempre vai querer um desenho seu para guardar de recordação e mostrar para os amigos - além de serem rápidas e ficarem prontas em um instante. Em criação da Le Bureau Stockholm, os transeuntes são surpreendidos com versões marombadinhas de si mesmos. Convenhamos que seria o último lugar que alguém esperaria estar exposto a algum tipo de divulgação.

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Fonte: directdaily.blogspot.com

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sh-sh-shake it

A novidade do dia surgiu no Adverblog. Logo mais saiu no Updaters, no Brainstorm#9, e assim que vc percebe, é assunto por todo lado. Para promover o novo game do Wii, Wario Land, e sua jogabilidade definida como "shake it", o que parecia ser apenas mais um vídeo no YouTube fez o canal tremer, literalmente.

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A ação apenas ilustra como é totalmente possível fugir do óbvio no YouTube, que oferece mais ferramentas do que a maioria conhece, e o que mais impede isso é justamente o hábito de idéias convencionais. Assim como o maior empecilho para idéias inovadoras, independente do meio, é o planejamento convencional, condicionado.

Nesse ponto, a Nintendo, que já vem quebrando paradigmas desde a concepção do Wii, mostra grande capacidade de inovação também em sua comunicação, e é modelo a ser seguido.

I'm a PC

É fato que a nova campanha da Microsoft começou tão bagunçada e confusa quanto a nova temporada de Heroes. Até pouco tempo se falava bastante sobre a mini-sitcom que protagonizava a dupla Jerry Seinfeld e Bill Gates, até mesmo neste que vos escreve, e então, não mais do que de repente, a Microsoft decidiu tomar outra direção, até certo ponto esperada, e resolveu bater de frente com a Apple.

Respondendo ao pé da letra a provocação da rival e seu famigerado "I'm a Mac", a Microsoft, em criação da Crispin Porter + Bogusky, colocou no ar a campanha "I'm a PC". A campanha, que estreou com três vídeos em TV aberta, apresenta o conceito "Life without walls".



Interessante salientar o insight de assumir o esteriótipo de "não-cool", dado pela Apple, e revertê-lo gradativamente com opiniões de pessoas normais, pessoas para as quais se destina o PC. A campanha assume ares de manifesto, convocando as pessoas normais, não-cool, a assumirem que são PCs e enviarem seus registros. Vale ressaltar ainda que mesmo o com formato de envio de vídeos de usuários já defasado e rapidamente desgastado, a idéia se encaixa com a proposta da campanha, a adesão é grande e alimenta o buzz da ação.

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A bola fora, porém, não tardou. Tudo bem que é senso comum que grande parte dos publicitários, especialmente os de criação, não abre mão de um Mac. Mas custava fazer a campanha em um PC? Eis o resultado.

Dando números finais, o conceito e a abordagem da campanha são interessantes, é muito mais está por vir. Mas ainda sim prefiro o caminho que a marca traçava com os filmes anteriores, de Seinfeld. Embora reconheço que é possível que essas duas direções desemboquem em um único conceito e se complementem.

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Fonte: brainstorm9.com.br
e dearad.wordpress.com

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